CAuto #62: última a evoluir, nova geração da Nissan Frontier procura seu espaço com versão topo de linha
Um novo padrão de picapes médias foi imposto no segmento em 2010, no lançamento da Volkswagen Amarok. A partir dali, todas as picapes deveriam ganhar alguns detalhes em comum, como motores de menor cilindrada que entregassem mais potência e torque que os anteriores e ter um design que aproximava cada vez mais de um automóvel, assim como seu conforto. Foi uma sequência de filosofia seguida por todas as novas gerações de picapes lançadas desde então. A Volkswagen Amarok (2010) foi a primeira, seguida depois por Chevrolet S10 (2012), Ford Ranger (2012), Toyota Hilux (2015), Mitsubishi L200 Triton (2016) e agora fecha o ciclo com a Nissan Frontier (2017). A picape foi a última a ser atualizada, mas já rodava no exterior há quase dois anos. Um lançamento um tanto quanto tardio, a nova geração chega ao Brasil primeiramente na versão topo de linha LE e tem tudo para agradar o consumidor das demais rivais. Quem pensa hoje em uma picape média não deve deixar a Frontier de lado. A picape japonesa mudou muito e ganhou conforto de um sedã médio, seguindo assim a filosofia das demais. Em sua décima segunda geração no exterior e quarta geração no Brasil, a picape conta com design mais moderno e robusto, baseado no face-family V-Motion. Ela oferece estribo lateral, faróis de neblina com acabamento cromado, faróis dianteiros diurnos com assinatura LED (DTRL), grade frontal cromada, maçanetas e retrovisores externos cromados, para-barro rígido nas rodas dianteiras e traseiras, para-choques dianteiros na cor do veículo, para-choques traseiros cromados, rack de teto com acabamento na cor prata, retrovisores externos com ajustes e rebatimento elétrico, retrovisores externos com indicador de direção em LED, luz de freio de LED e antena de teto. No interior, a sensação é de maior espaço. Os comandos, bem posicionados, chamam atenção e o condutor encontra fácil posição para dirigir. No acabamento interno, a Nissan usou bastante peças rígidas, mas todas sem rebarbas e encaixes mal feitos. A Frontier está mais leve nesta nova geração. O chassi é 44kg a menos que a anterior. A carroceria economiza mais 94kg e diversos outros itens somam menos 38kg, chegando aos 176kg totais em um corpo que ficou maior. Um dos destaques dessa nova geração é a suspensão traseira despertou curiosidade, afinal é o primeiro casamento entre eixo rígido com multibraços e molas helicoidais numa picape média. Com mais cara de automóvel (perceptível pelo design externo e interno), a nova Frontier traz as mesmas tecnologias que vimos no Kicks, com bancos ajudaram a manter o conforto neste momento difícil: eles usam a tecnologia "Zero Gravity" da Nissan, como os que equipam o Kicks topo de linha e já tinham sido elogiados em nossos testes com o SUV. Falando em motores menores, a Frontier deu adeus ao 2.5 Turbo Diesel e adotou o 2.3 dCi (um dos menores motores do segmento, junto ao da Volkswagen Amarok, o 2.0 TDI) que desenvolve 190cv de potência e 45,9kgfm (a mesma potência e 0,1kgfm a mais de torque, bom para uma picape que perdeu quase 200kg), acoplado ao câmbio automático de 7 velocidades e tração integral. O problema da picape será justamente a concorrência. Assim como o Kicks, a Nissan optou por trazer primeiramente a versão topo de linha (que comparada com as rivais, é mais em conta e possui a mesma lista de itens de série, trazendo até mais recursos que alguns modelos), que custa R$166.700. Assim que o Kicks passar a ser feito em Resende (RJ), a Nissan pode optar por trazer a versão intermediária da picape, que deveria ser uma saída rápida até a sua produção na Argentina em 2018. Só aí a picape deve ficar mais em conta e preparada de vez para combater as rivais. Porque por enquanto, só na versão topo, deve seguir como coadjuvante, mesmo sendo uma opção interessante e que precisa ser levada em conta.
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