Retrômobilismo#45: Prazer, eu sou o pequeno leãozinho, mais conhecido como "Dodginho"!


Depois de grandes nomes como Dart e Charger, chega a vez dele, aquele que foi a porta de entrada da Dodge no Brasil, que ganhou carinhosamente o apelido de "Dodginho", por ser menor que seus irmãos. Lançado em 1973, o "1800", como foi primeiramente chamado pela Dodge, tinha dimensões médias e tinha como seus principais rivais o Volkswagen Passat, Chevrolet Chevette, Ford Corcel entre outros modelos da época. Sua primeira aparição no Brasil foi durante o Salão do Automóvel de 1972 quando ele apareceu com o slogan "Ninguém perde por esperar", já que a Chrysler esperava que o 1800 fosse o grande sucesso da marca no Brasil. Depois do lançamento no ano seguinte, no dia 02/04/1973, mas começaram e as vendas não surpreenderam.


O 1800 chegava ao mercado em duas versões, a L e a GL tinha motor 1.8 (como o próprio nome já diz, 1800) que rendia poucos 78cv de potência e torque de 13,4kgfm de força, tinha velocidade máxima de 140km/h e 0 à 100km/h em 16 segundos, não tinha desempenho condizente com motor 1.8, e ficava na média do segmento. Tinha interior simples, porém com bom espaço interno. A versão GL trazia rádio e ventilação forçada, mas não oferecia ajuste dos encostos dos bancos dianteiros. Tinha atenção com algumas precauções como a segurança, como retrovisor interno colado ao pára-brisa, que não causaria lesões aos ocupantes em casos de acidente. Em pouco tempo, o histórico do 1800 ficaria manchado com problemas: o primeiro deles era o eixo traseiro, que saltava muito em terrenos irregulares, graças a tração traseira, além de caixa de câmbio problemática, consumo elevado, vibrações anormais na direção, mau acabamento externo e interno, baixa qualidade de produção, coisas que quase acabaram com a vida do 1800 no Brasil.


Sabendo muito bem dos problemas que afetavam o 1800, a Chrysler precisou se mexer. Ela pensou em até tirar o carro de linha, mas pensou melhor e decidiu sanar os problemas. Lançou o programa "operação garantia total" que solucionava problemas do carro em garantia para reconquistar clientes que não aprovaram o 1800. Em Abril de 1974, um ano depois do seu lançamento, a Dodge lançava a versão SE a versão esportiva que trazia como diferencial, faixas pretas que envolviam a saia lateral do carro, rodas mais esportivas, perda de cromados na carroceria por detalhes em preto, volante mais esportivo entre outros. Vinha com o mesmo motor 1.8 mas que no SE rendia 4cv a mais, chegando aos 82cv e torque de 14,5kgfm de força com carburador SU. Para reduzir o consumo, a Dodge lançava nos meses seguintes os 1800 com carburador Hitachi, de origem japonesa. Em 1974 durante o Salão do Automóvel, a Chrysler apresentava a 1800 Estate, a station que nunca teria sido produzida, trazia 4 portas e teria como rivais, Ford Belina, Volkswagen Variant entre outras. Não se sabe o motivo do porque a Chrysler abandonou o projeto.


Visto que apenas reconquistar os clientes não estava dando certo, a Chrysler então decidiu "relançar" o 1800 trocando seu nome para Polara, que seria dotado em 1976 e que fez as vendas do médio da Dodge crescer nas vendas. A publicidade o apresentava o Polara como "o carro que respeitou a opinião pública", assinalando possíveis sugestões de compradores por menor consumo, motor mais "envenenado", interior mais luxuoso e traseira mais baixa. O motor 1.8 agora rendia 93cv de potência e o torque subia para 15,5kgfm de força. Tinha o mesmo visual do 1800, mas apenas a troca de nome e ter sanado os principais problemas do 1800 fizeram o Polara crescer nas vendas e só assim a Chrysler conseguiu respirar aliviada, pois o modelo chegou ao que a Dodge queria vender por ano. Em 1978 chegaria as primeiras mudanças do Polara.


Em 1978 chegavam ao Polara novos faróis retangulares com luzes de direção nos extremos dos pára-lamas, ficando igual ao modelo escocês de 1976, trazia ainda novas lanternas traseiras, nova grade que ostentava o emblema de um leão estilizado, argumento utilizado pela publicidade da Chrysler como um Dodge mais agressivo. O Polara GL trazia novidades como bancos reclináveis e ajuste do encosto do banco dianteiro. Entre os opcionais, o Polara GL poderia ser equipado com pneus radiais, e o carburador era recalibrado para pequena redução de consumo. Em 1979 o Polara ganhava o inédito câmbio automático, algo inédito no segmento, restrito apenas a Opala, Dart, Galaxie entre outros, com câmbio automático de 4 velocidades.


Em 1980 a Chrysler lançava a última novidade para o Polara. No ano em que a Volkswagen comprava a Chrysler do Brasil S.A., a Dodge lançava a versão GLS que tinha como destaque, os bancos dianteiros com encosto de cabeça integrado e painel de instrumentos completo com seis mostradores, incluindo manômetro de óleo e voltímetro. Já os pára-choques ganhavam ponteiras de plástico e o pára-brisa que agora era laminado como opcional. A versão GLS (última foto do post) marcava o fim dos Dodges nacionais, mas ainda ganharia mais uma mudança, desta vez no motor. O motor 1.8 recebia um novo carburador vertical de corpo duplo e com taxa de compressão mais alta. Com isso o motor rendia 90cv de potência e torque de 15kgfm de força. Ia de 0 à 100km/h em 15 segundos com velocidade máxima de 155km/h.


Sem interesse da Volkswagen em revitalizá-lo (já tinha um projeto um tanto velho), o Polara daria adeus ao mercado em 1981, um pouco antes do Dart, que seria o último modelo a sair de cena da Dodge. Com isso, o Polara sairia de linha depois de comercializar 92.665 unidades produzidas entre 1973 à 1981, com oito anos de produção. O 1800/Polara, apesar de vários problemas no início de sua trajetória, conquistou os consumidores após a Chrysler aceitar e dizer que errou no modelo, que foi de longe, o Dodge de maior sucesso no Brasil, já que Dart e Charger tinham vendas conjuntas. Não é difícil encontrar rodando por aí o "Dodginho", na maioria das vezes em péssimas condições.


Alguns dados: Best Cars

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